sábado, 26 de junho de 2010

Candidatos defendem propostas do movimento LGBT e partidos lançam candidatos de olho nos votos do arco-íris.

Ausência sentida na última Parada Gay, em São Paulo, José Serra não titubeou quando, na sabatina do jornal Folha de S.Paulo, anteontem, foi inquirido sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo e adoção de crianças por homossexuais.

Disse que é a favor de ambas e foi além. "Tem tanto problema grave de crianças abandonadas no Brasil. Isso vale para qualquer tipo de casal, qualquer tipo de pessoa. Não vejo por que não aprovar."

Dilma Rousseff, que também não esteve na parada, já manifestou opinião semelhante diversas vezes. Dos três favoritos na disputa à presidência, só Marina Silva é contra.

Ainda assim, a candidata verde, que é evangélica, faz malabarismos verbais sempre que a pauta GLS vem à tona.

A postura dos candidatos demonstra claramente que o tema deixou de ser um tabu para entrar com força na agenda da campanha.

Os partidos nunca investiram tanto no público batizado de LGBTT, sigla para Lésbicas, gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

"Não existe um estatística oficial, mas as estimativas do movimento gay são que 10% da população seja LGBTT. Em 2010 o IBGE vai, pela primeira vez, mapear o número de famílias gays no Brasil", afirma Mitchelle Meira, coordenadora de promoção dos direitos humanos LGBTT da presidência da República.

Urna colorida

O primeiro partido político brasileiro a investir no eleitorado gay foi o PT. Desde 1991 o diretório nacional da legenda conta com um núcleo de gays e lésbicas.

"Eu diria que, hoje, 80% dos militantes gays estão no PT. Mas felizmente isso está mudando e os partidos estão se abrindo. Até o PCdoB, que tem um histórico conservador, agora tem um núcleo GLS", diz Julian Rodrigues, coordenador nacional setorial LGBT do PT, e coordenador do programa de governo de Dilma Rousseff nessa área.

"Nunca o Brasil teve tantas políticas públicas para a diversidade. Em 2008 o governo realizou a I° Conferência Nacional LGBT. Pela primeira vez na história do mundo o poder público convocou um evento dessa natureza.

Em 2004, foi lançado o programa ‘Brasil sem homofobia'", entusiasma-se Mitchelle Meira.

Outro lado

"O ‘Brasil sem Homofobia' é a versão gay do Fome Zero: muita propaganda e pouca ação. O governo Lula cooptou o movimento gay.

A maioria dos convênios dos centros de referência (espaços que oferecem cursos e acolhem a população LGBT) não foi renovado", responde Wagner Tronolone, assessor do governador paulista, Alberto Goldman (PSDB), e coordenador da "Diversidade Tucana".

O braço gay do PSDB começou paulista mas está se articulando em outros estados. E, a partir da semana que vem, começa a se reunir com militantes dos outros partidos da coligação para elaborar o programa LGBT da campanha.

"O PSDB não tinha tradição partidária no movimento gay, mas a campanha será um divisor de águas", aposta Pronolone.

Ele enumera as vitórias tucanas no movimento: "FHC foi o prmeiro presidente a dizer a palavra homossexual em público e a incluir os gays na Carta Nacional de Direitos Humanos. E foi o Serra quem criou as Coordenadoria da Diversidade Sexual.

Fonte: Brasil Econômico

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Educação às avessas


Pesquisa revela que livros didáticos de ensino religioso estimulam preconceito e discriminação nas escolas públicas brasileiras


Não é segredo pra ninguém que moramos em um país diverso. Diversidade essa que vai desde a biodiversidade até as diferentes orientações sexuais. Olhando da janela do meu quarto, vejo, ao menos, quatro tipos diferentes de árvores. No aquário da minha casa, tenho três raças diferentes de peixes, cada uma com uma cor diferente. Minha vizinha da frente é negra. O vizinho do lado tem descendência oriental. Eu sou branco. No primeiro andar mora uma senhora evangélica que sempre distribui panfletos da sua igreja nos apartamentos. No segundo andar acontecem novenas na casa da vizinha que tem uma deficiência visual. Toda quinta feira eu vou a uma fraternidade espírita. Minha melhor amiga é bissexual, a síndica do meu prédio é lésbica, minha irmã é heterossexual e eu sou gay. Na portaria do prédio várias crianças brincam, gritam, jogam bola, pulam corda e perturbam o meu sono. Eu acordo tarde nos finais de semana, meus vizinhos não. Não, não resido na Torre de Babel, mas quase. Ainda falamos a mesma língua.

Sou do tempo em que respeito ao ser humano e às diferenças eram coisas aprendidas em casa. Nessa época a grande maioria dos pais acreditavam que a escola teria a função de ensinar a ciência, pois a moral era aprendida em família, vivenciando. Mas eram outros tempos. Minha mãe podia passar o dia inteiro em casa, trabalhando, ajudando-nos com as tarefas da escola, educando, brincando com a gente na rua, cuidando da casa, acompanhando-nos em atividades religiosas, dentre tantas outras coisas. Hoje as coisas mudaram um pouco. Muitos pais precisam sair pra trabalhar e, por estes e outros motivos tantos, confiam na escola também a função de educadora moral. Aí é que mora o perigo. Veja porque:

Uma pesquisa recente da Universidade de Brasília (UnB) constatou que o preconceito e a intolerância religiosa passaram a fazer parte da lição diária dos alunos do ensino fundamental das escolas brasileiras. Este estudo foi publicado no livro “Laicidade: O Ensino Religioso no Brasil”, lançado no último dia 22, em Brasília e teve como objeto de análise 25 livros de ensino religioso usados pelas escolas públicas do país.

Para a antropóloga Débora Diniz, uma das autoras do trabalho, “O estimulo à homofobia e a imposição de uma espécie de catecismo cristão em sala de aula são uma constante nas publicações”. O estudo afirma que a imagem de Jesus Cristo tem um espaço privilegiado nos livros, aparecendo cerca de 80 vezes mais do que uma liderança religiosa indígena, 12 vezes mais do que o líder budista Dalai Lama e 20 vezes mais do que Lutero, referência para o protestantismo. João Calvino, outro importante nome do protestantismo, nem ao menos é citado.

Outro dado crítico levantado pela pesquisa faz referência à presença da discriminação, principalmente contra homossexuais, no material didático analisado. “Desvio moral”, “doença física ou psicológica”, “conflitos profundos” e “homossexualismo não se revela natural” são alguns dos termos designados aos milhares de gays e lésbicas, cidadãos brasileiros. Uma publicação, chega, ainda, ao cúmulo, questionando em um de seus exercícios o seguinte: se o homossexualismo se tornasse regra, como a humanidade iria se perpetuar?

Já aos ateus, até uma associação ao nazismo coube, na medida em que alguns livros associam a falta de crença destes à propensão de comportamentos violentos e ameaçadores, ficando claro que as diretrizes pedagógicas desse material fazem uso da generalização para disseminar a falta de informação e propagar o cristianismo. Débora diz, ainda, que hoje existe “uma clara confusão entre o ensino religioso e a educação cristã” no Brasil.

Não vivíamos em um Estado laico? Pelo exposto, projetos como o Educação sem Homofobia são cada vez mais necessários no sistema brasileiro de educação.

Fonte: Minas um Luxo

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Congresso de Prevenção 2010






Marcos, Mariângela Simão e Adeon Souza

Associação Homossexual de Ajuda Mútua - SHAMA participou do VIII Congresso Brasileiro de Prevenção de DST/AIDS e do I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, com o tema “Viver Direitos. Acesso, Equidade e Cidadania”, que ocorreu entre os dias 16 a 19 junho, em Brasília – DF.
Os militantes participaram de palestras, mesas redondas, cursos, fóruns, reuniões técnicas, conferências, oficinas, conversas afiadas e comunicações coordenadas. A riqueza das artes e a cultura brasileira rechearam toda a parte cultural dos congressos, com shows, espetáculos teatrais e várias sessões de cinema. O grandioso evento aconteceu nas salas do Centro de Convenção Ulisses Guimarães na Capital Federal.
Os Congressos ofereceram uma diversidade de formatos de atividades, sempre com objetivo de tornar os debates/conversas, mais interativos e dinâmicos.
A abertura do evento teve a mesa composta por diversas autoridades e lideranças ligadas aos temas que desejaram boas vindas a todos os congressistas. A noite contou com Angela Leclery, representante da ANTRA, que cantou o Hino Nacional. Finalizando, o grupo teatral “Cia Paulista de Artes” de Jundiaí – SP e o Grupo Hamilton de Holanda Quinteto fizeram belíssimas apresentações.
Para a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Mariângela Simão, o Congresso foi um espaço de reflexão sobre os rumos da prevenção e de reafirmação da política brasileira. “Encarar a prevenção como a melhor estratégia para cuidar da saúde é uma das principais formas de enfrentar barreiras e limitações que dificultam o acesso da população ao sistema de saúde, além de promover qualidade de vida”.
De Uberlândia, estiveram presentes também a Coordenadora Municipal de DST/AIDS, Claudia Spirandelli e sua equipe de profissionais, como também a Profª Drª Flavia do Bonsucesso Teixeira – Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia – MG

Para maiores informações:
http://sistemas.aids.gov.br/prevencao2010/

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Grupo SHAMA participará do VII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e AIDS e I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais - Viver Direitos: Acesso, Equidade e Cidadania. Durante quatro dias, as atenções do Brasil se voltam para o Brasília.


O VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids e o I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais trazem os direitos para o centro do debate na área de saúde pública. O tema escolhido para o Congresso neste ano reposiciona o direito à saúde para além do seu significado formal e normativo - essencial para a constituição e garantia da justiça, da cidadania e da equidade, mas insufi ciente se não pensarmos a materialidade do direito na sua construção
e nos movimentos que os orientam. “Viver direitos” é um chamado à ação e a vida. Estes são os pilares que hoje orientam o debate no campo da saúde pública e que nos mobilizam para que possamos superar os desafi os atuais em todas as suas frentes: a desigualdade no acesso aos serviços; a qualidade da atenção prestada aos usuários; o respeito e o reconhecimento das necessidades de saúde relacionadas à diversidade étnica, racial e de orientação sexual; a desigualdade de gênero e todas as formas de desigualdades e violências sociais e econômicas, que resultam em barreiras e limitações para que a população possa usufruir plenamente do sistema de saúde, entre tantos outros.

Para baixar a programação completa, clique aqui.
http://sistemas.aids.gov.br/prevencao2010/index.php?q=node/1

Reunião com o Prefeito Odelmo Leão


Reunião com Prefeito Odelmo Leão foi de alto nível

No último dia 10 de maio de 2010, reuniram-se com o Prefeito Odelmo Leão, a equipe do Grupo SHAMA, para discussão sobre o maior evento LGBT de Uberlândia - Parada LGBT.

A reunião teve por objetivo consolidar apoio para a Parada LGBT de Uberlândia, que será realizada no dia 12 de setembro de 2010.


O prefeito, juntamente com sua equipe de secretários, colocaram-se a disposição para ajudar no que for preciso para o sucesso do evento.

Gostariamos de agradecer o apoio recebido pelo prefeito Odelmo Leão.