sábado, 14 de janeiro de 2012
O PAPA
Oswaldo Braga
O papa Bento XVI se reuniu, no início da semana, com o corpo diplomático acreditado no Vaticano. Além dos alertas sobre as ameaças à paz mundial e as crises econômicas internacionais, ele se mostrou preocupado com a educação dos jovens e apontou algumas diretrizes e condicionantes.
Seu discurso surpreende em algumas partes. Segundo o chefe da Igreja Católica Romana, hoje com mais de 1,3 bilhões de membros em todo o mundo, a melhor maneira de avançar na educação dos jovens é "através do reconhecimento da dignidade inalienável de cada pessoa humana e de seus direitos fundamentais". Surpresa ao ouvir o papa falar em avanços, enquanto chefia uma instituição que se recusa a avançar em conceitos fundamentais como o planejamento e os novos arranjos familiares. Evidente que sua santidade e sua equipe não consideram como fundamental o direito à livre orientação sexual e condenam ao celibato qualquer um que não se enquadre no padrão reprodutivo heterossexual.
O papa alerta para a necessidade de algumas definições no processo educativo, entre elas, o conceito de família, "fundada sobre o matrimônio de um homem e uma mulher". Assim, a Igreja reafirma sua campanha internacional contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que, já há algum tempo, materializa-se em protestos e mensagens aos governantes e legisladores de todo o mundo.
Em seu discurso, o papa ressalta que a família "não é uma simples convenção social, mas, sim, a célula fundamental de toda sociedade. Consequentemente, as políticas que minam a família ameaçam a dignidade humana e o futuro da própria humanidade", completou.
Bento XVI, além de orientar as bases para uma educação católica em todo o mundo, reforça para a Igreja o papel de orientadora das bases educacionais. "A Igreja Católica sempre foi particularmente ativa no campo da educação, ao lado das instituições estatais. A minha esperança é que essa contribuição seja reconhecida e valorizada também pela legislação de várias nações", salientou.
Existe o temor de que os católicos educadores infiltrados no poder se deixem levar por essa tentativa de cada vez mais misturar o que são crenças religiosas com políticas públicas. Isso só divide, exclui e polemiza.
Camisinha sempre!
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