O Governo Brasileiro deu abrigo a um homossexual iraniano de 29 anos, perseguido pelo governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. O iraniano pede para não ter sua imagem e nome divulgados temendo represálias à sua família, que mora em Teerã, capital iraniana.
O status de refugiado político foi concedido pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare). Vinculado ao Ministério da Justiça, o pedido de refúgio foi aceito no último dia 21, após o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente iraniano, no qual firmaram o acordo nuclear entre o Brasil e a Turquia com o governo do Irã.
Segundo o refugiado iraniano, ele foi perseguido por fazer protestos contra o regime autoritário de Ahmadinejad. Policiais invadiram e vasculharam toda sua casa.
Na devassa, descobriram que ele era homossexual por meio do conteúdo encontrado em seu computador. O governo iraniano é intolerante com a homossexualidade. O país condena os homossexuais à morte por meio de apedrejamento ou enforcamento em praça pública. A homofobia do Ahmadinejad já foi verbalizada em seus discursos. Ele afirma que no Irã “não há homossexuais”.
Em terra brasileira – O refugiado está no Brasil desde o dia 26 de novembro do ano passado. Segundo ele informou ao jornal O Estado de S. Paulo, a perseguição iraniana começou em outubro, quando ele foi acusado de “traição à pátria”. Naquele mês ele foi orientado por uma ONG dos direitos homossexuais do Canadá a ingressar naquele país, onde está refugiado o seu namorado de 23 anos. O iraniano informou que o plano de ir ao Canadá não deu certo, mas ele conseguiu entrar no Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. No aeroporto, foi detido pela Polícia Federal. Preso por seis dias, ele começou uma greve de fome. “Preferia morrer de fome a embarcar de volta para o Irã”, disse.
Guerreiros do arco-íris em ação – Segundo o refugiado, do Canadá, seu companheiro alertou a organização dos direitos humanos Human Rights Watch, que entrou em contato com o Instituto Edson Neris (IEN) de São Paulo, que intermediou o caso junto com o ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi. Mesmo com dificuldade de se comunicar, o iraniano recebeu autorização provisória de permanecer no Brasil após 17 dias na Polícia Federal.
De lá, o refugiado foi para a sede do Cáritas – uma rede internacional católica que trabalha com refugiados políticos – da Arquidiocese de São Paulo, onde foi abrigado. O refugiado ainda não sabe como se manter aqui no Brasil. Segundo ele, sua conta bancária, com cerca de US$ 55 mil, foi confiscada pelo governo iraniano.
Fonte: Mundo Mais
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