sexta-feira, 30 de abril de 2010

Homossexuais têm esperança de adotar




STJ DEU GANHO DE CAUSA ÀS LÉSBICAS LUCIANA E LÍDIA, DE BAGÉ (RS), QUE QUERIAM A GUARDA DE DUAS CRIANÇAS


Esperança e expectativa se intensificam na vida de casais homossexuais que querem adotar um filho. Em decisão inédita, esta semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu ganho de causa às lésbicas Luciana e Lídia, de Bagé (RS), que queriam compartilhar a guarda de duas crianças. Em Uberlândia, casais homossexuais já manifestam o interesse pela adoção.
É o caso do geógrafo Marcos André Martins e seu companheiro Josué Miranda, auxiliar de produção. O casal, que tem pouco mais de um ano de relacionamento, pretende estabilizar a situação financeira para entrar na fila de adoção. “Vamos amadurecer a ideia, que é antiga, porque o principal é constituir uma família sólida e dar segurança à criança”, disse Marcos.


Para o psicólogo Moacir José da Silva e o representante comercial Flávio Borges da Silva, juntos
há sete anos, adotar é a melhor opção do casal homossexual, já que para um filho biológico existem alguns riscos.


Uma das alternativas seria a barriga de aluguel, descartada pelo risco de a pessoa se apegar à criança e posteriormente lutar pelo direito da guarda. “Em setembro deste ano vamos entrar com pedido de adoção”, afirmou Moacir. Ambos os casais preferem adotar uma criança com idade a partir de 3 anos. Normalmente, o perfil mais procurado é de recém-nascidos. De acordo
com matéria publicada, recentemente, pelo CORREIO, hoje em Uberlândia, cerca de 180 menores dos sete abrigos aguardam adoção. A média de adoções por ano na cidade é de 80 crianças.




DIREITO

PROMOTOR DIZ QUE AINDA HÁ PRECONCEITO


O promotor da Vara da Infância, Epaminondas Costa, disse que é a favor do direito de adoção aos casais do mesmo sexo, porque o desejo de uma criança é ter um lar e uma família sólida independentemente da orientação sexual dos pais adotivos. “Este caso (do RS) abre precedentes para que novos casais homossexuais consigam adotar uma criança, mas isso não significa que o preconceito vá acabar”, disse. Ele acredita que onde já havia abertura ela continuará a existir e, da mesma forma, o preconceito. Ele finaliza dizendo que existem estudos demonstrando que a orientação sexual dos pais não interfere na escolha da criança no futuro nem sequer interfere na sua felicidade. O precedente foi aberto ontem pela segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça
de Mato Grosso do Sul (TJMT) que reconheceu, por unanimidade, o direito de um casal homossexual adotar uma criança. Em Uberlândia, duas pessoas homossexuais já estão no cadastro de adoção.



CAROLINA VILELA
Especial para o CORREIO

Jornal Correio de Uberlândia 30/04/2010

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